Faltando um ano para as eleições, a maioria pensa ser muito cedo para se falar em política, mas para quem está no meio, os bastidores fervem.  As conversas são intensas, às vezes tensas, milhares de teorias da conspiração e muita desconfiança de traições, mas as conversas começam como um tipo de paquera, um aceno e agora já está chegando quase na hora do SIM, da confirmação do compromisso.

Faremos aqui um raio-X  da eleição de 2016 e tentaremos fazer um prognóstico bem preciso, bem elaborado e estudado sobre cada um dos atuais vereadores e quais os caminhos e chances de cada um para o pleito do ano que vem.

NÚMEROS – Em 2016, Piraju contava com 23.421 eleitores e os votos válidos (sem contar brancos e nulos) foram de 15.548 eleitores, ou seja, 33,61% de abstenção.

Com base nas eleições de 2014, 2016 e 2018, a média de abstenção, brancos e nulos foi de exatamente 28%, índice que não deve muito em 2020. Para calcular o quociente eleitoral, basta dividir o total de votos válidos pelo número de cadeiras, o que resultaria em 1.454, quantidade de votos que cada partido precisará ter para eleger um vereador.

Sem a coligação para vereadores, acabou o chamado efeito “tiririca”, onde o puxador de votos elege deputados ou vereadores de partidos nanicos. Nessa nova regra, o partido vai eleger somente aqueles de seu grupo.  No caso de Piraju, calcula-se que com o fim da coligação, somente seis ou sete partidos virão completos, o que vai acirrar mais a briga e também a repulsa aos considerados “bons de votos”. Meu prognóstico para 2020:

BASE GOVERNISTA

BRANDINI DO GÁS: Já estava em franca decadência na sua carreira política, com queda expressiva nos votos; mas nesses últimos dois anos se alinhou com o prefeito para atender os seus pedidos de ambulâncias e também com o ex-deputado Sinval Malheiros, que fez mais de 200 cirurgias e voltou a respirar, podendo estar novamente entre os mais votados. Seu problema hoje é que seus companheiros de Partido (PV) não o aceitam pela sua subordinação ao prefeito e por não seguir as diretrizes do partido, o que vai obriga-lo a procurar outra agremiação. Tem rejeição enorme também nos partidos que compõem a base da oposição, o que vai obriga-lo a se filiar em algum partido da base do prefeito (DEM, PSL ou PSC).

REGINALDO PIRUÁ: Maior defensor e atual porta-voz do prefeito, também não esconde a vontade de sair do seu atual partido (PSC), mas pelo andar da carruagem, pode ficar sem opções. Foi eleito na “raspa do tacho” e pelo quociente eleitoral, não por votos. Nas bolsas de apostas, seu nome não consta na lista de possíveis eleitos em 2020, a não ser que o prefeito ZM peça votos pessoalmente para ajuda-lo, o que é muito difícil.

GINA BORGES: Outro que foi eleito pelo quociente eleitoral e também por uma enorme dose de sorte, já que seu Partido (PP) tinha somente oito candidatos. Para 2020 e com o fim das coligações, é bem provável que o PP nem consiga montar uma chapa completa, restando a Gina filiar-se em algum partido da base do prefeito junto com alguns bons de votos, o que pode significar que dificilmente Gina consiga sua reeleição.

DONIZETTI: Se aventurou pela politica e se mostrou extremamente despreparado para o cargo. Expulso do seu partido (MDB) por não seguir nenhuma recomendação do partido em votações consideradas importantes, praticamente encerrou sua curta carreira politica. Não vai deixar nenhuma saudade.

ÉRICO: Começou como porta-voz do prefeito e achou que seu nome poderia ser alçado nas alturas, às vezes com delírios de ser vice ou até ser indicado como sucessor de ZM. Quando percebeu que nos bastidores do gabinete seu nome não tinha força alguma, voltou para a oposição e com seu jeito teatral, hoje com certeza estará entre os mais votados em 2020. O único risco e com fortes comentários nos bastidores é Érico voltar oficialmente aos braços de ZM em um possível acordo e se filiar ao DEM ou ao PSL.

NEUTROS

VALBERTO: Com sua posição historicamente em cima do muro, mas sempre pendendo para o lado do prefeito, é considerado articulador do prefeito nos bastidores. Seu partido (PSDB) está em frangalhos e também não trabalhou para a candidatura Dória em Piraju. Com o fim da coligação, dessa vez dificilmente conseguirá candidatos para servirem de escada para seu nome. Outra enorme dificuldade é que o governador dificilmente vai aceitar ver seu partido coligado com ZM, que até a eleição passada era considerado adversário politico, mas como continuou a ataca-lo em redes sociais, hoje pode ser considerado um inimigo politico. Com todas essas nuvens escuras no horizonte, pode ser o “GAME OVER” político de Valberto.

DENILTON: Outro cujas posições são difíceis de identificar, principalmente em votações importantes como CPIs. Considerado bom de voto, vai ter enormes dificuldades em conseguir preencher as vagas de candidatos de seu partido (PP), podendo perder alguns ainda. Também tem enorme rejeição em partidos de oposição e situação por não mostrar nenhum companheirismo político. Pode ser também mais um caso de “GAME OVER”.

OPOSIÇÃO

LEONARDO TONON: No quesito votos, com certeza estará entre os mais votados. A questão partidária ainda o preocupa e muito, e vai depender muito da posição que seu partido (PSB) vai tomar para ele decidir se fica ou troca de partido. O PSB dá sinais que pode ir junto com a oposição, o que deixaria Tonon mais tranquilo, inclusive seu nome é muito bem visto como o vice-prefeito ideal.

ANTONIO CORRÊA: Também tranquilo no quesito votos, até por ser respeitado e por ser da chamada linha oposicionista responsável desde o começo da atual legislatura. É considerado pelos entendidos em política como o melhor vereador dessa atual legislatura. Muito inseguro seu futuro em seu partido (MDB), que não dá sinais de que lado vai pender. Certamente vai ser recebido de braços abertos por qualquer partido da oposição, caso queira mudar de sigla.

JOÃO LUCIANO: Sempre foi uma incógnita, ninguém sabia se era da situação ou da oposição, mas de um ano para cá tomou posição do seu partido (SD), que hoje é o partido do principal e talvez o único candidato da oposição, Fabiano Amorim.  Até pode se reeleger, mas com muitas dificuldades.

JOSE CARLOS NUNES: Coerente com a sua linha partidária e sempre seguiu as diretrizes do seu partido (SD). Demorou para se soltar, mas hoje age como porta-voz de Fabiano e tem chances de reeleição, mas vai depender muito do seu bairro, a Estação, uma das maiores zonas eleitorais de Piraju.

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