Prefeito ataca vereadores signatários do relatório da CPI

Enquanto ZM esbraveja nas redes sociais e na rádio; Denilton, Érico e Valberto se calam

(na foto, vereador Leonardo Tonon, relator da CPI do circular e alvo de críticas do prefeito ZM)

Os vereadores Leonardo Tonon (PSB) e José Carlos Nunes (SD) foram alvos de um ataque de fúria do prefeito José Maria Costa numa rádio. O motivo: a assinatura dos parlamentares no relatório final da CPI do circular, documento entregue no prazo derradeiro de 24 de setembro, cuja leitura foi impedida por José Carlos Brandini, presidente da casa e famoso bajulador de prefeitos quando lhe convém.

Brandini determinou o arquivamento da CPI alegando que o relatório estava fora do prazo (22 segundos) e sem a assinatura da maioria dos membros. Denilton Bergamini, Érico Tavares e Valberto Zanatta deram um jeito de não assinar, os dois últimos alegando compromissos profissionais, numa postura que pode colocar seus mandatos em risco, já que servidor público só pode ocupar cadeira no Legislativo se puder conciliar os horários de ambas as funções. Caso se comprove que eles não compareceram à Câmara porque de fato estavam trabalhando na prefeitura, seus suplentes podem reivindicar a cassação dos mandatos na Justiça.

 

ATAQUES – Revoltado com a assinatura de Leonardo e Zé Nunes no relatório, ZM não poupou críticas aos parlamentares na rádio. Além de dizer que os 210 dias de trabalho da CPI foram uma “armação”, o alcaide criticou até a placa do carro de um amigo de Nunes, registrada em outro município e chamou a oposição de “corja”.

No Facebook, em letras maiúsculas gritantes, José Maria falou que sua advogada “estará entrando” (sic) com um pedido no Ministério Público para acessar o relatório completo da CPI, que, devido ao regimento interno da câmara, foi lacrado logo após o protocolo.

Leonardo, relator da CPI, defendeu a leitura do relatório, documento que pode comprovar o pagamento de propina da Viação Riopardense à prefeitura de Piraju através de depósitos na conta do jornal Observador quando propriedade do diretor administrativo Paulo Sara.

 

REPERCUSSÃO NA REGIÃO – A CPI, silenciada pela imprensa governista, ecoou em Santa Cruz do Rio Pardo. Na edição de 6 de outubro, o jornal DEBATE avisava que partidários de ZM “ainda tentavam manobras para evitar a leitura do texto e sua votação em plenário”, contando com a ajuda de Brandini. O periódico apurou que o presidente da câmara procurava algum parecer jurídico que confirmasse a irregularidade de ausência de votação interna no relatório da CPI para determinar o arquivamento dos autos. O DEBATE acertou na mosca: Brandini engavetou o fruto de 210 dias de trabalhos baseado num parecer do Ibam.

 

DA FÚRIA AO SILÊNCIO: Na época em que motoristas da Riopardense dirigiam coletivos com perucas coloridas fazendo chacota dos passageiros e da política local, Érico Tavares foi enfático em dizer na tribuna da câmara que o fato era “uma vergonha” e que eram necessárias “providências”. O vereador, que é motorista de ambulância, tornou-se presidente da CPI e logo em seguida virou alvo de sindicâncias e sofreu represálias da prefeitura. Em vez de seguir lutando contra uma estrutura autoritária, o vereador preferiu se calar e entrar no joguinho coronelístico vigente. Uma pena.

 

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