Jane trabalha há 20 anos na limpeza das vias públicas de Piraju e adora o que faz

Jane Costa de Oliveira é figura conhecida em Piraju. Há 20 anos ela varre as ruas da cidade e graças ao ofício conhece muita gente e já viu bastante coisa: umas legais e engraçadas; outras nem tanto.

O trabalho sempre foi uma constante na vida de Jane, que nasceu na Fazenda Mourão, foi criada no Teto e fazia limpeza em casas de família já aos 11 anos de idade. Depois de casada, mudou-se para a Vila São José e, por volta de 2000, foi morar no “Sérgio Garcia”, na Estação.

Em 1998, ela foi aprovada num concurso da prefeitura e passou a trabalhar como gari. Na época, varria os arredores da rodoviária na Rua Treze de Maio. Apesar das caras fechadas que encontra pelo caminho e da ideia estereotipada de que ser gari não é tão bacana, Jane adora seu trabalho e está sempre sorridente. “O povo até comenta que parece que eu não tenho problemas. Todo mundo tem, mas eu não levo problema nenhum pro trabalho. Trato todo mundo bem e estou sempre feliz”, comenta.

Jane foi uma das primeiras garis mulheres contratadas pela prefeitura. Até 98, segundo ela, o serviço era predominantemente executado por homens. Em duas décadas de trabalho na prefeitura, ela já passou pela sede da prefeitura e pelo Núcleo Conexão, mas reivindicou ao RH sua volta à limpeza das vias públicas. “Já estou acostumada a trabalhar na rua. É só fazer tudo direitinho que não tem nenhuma encheção”, conta.

Sobre a parte difícil do ofício, Jane acredita que a limpeza pública é pouco reconhecida e valorizada. Acontece, às vezes, do transeunte tratar o gari com indiferença, ignorando-o ou até sendo grosseiro; acontece do morador jogar água na calçada dificultando a varredura; contudo, tem aqueles cidadãos mais simpáticos, que batem papo e que até oferecem água, biscoitos e facilitam o trabalho do varredor de alguma forma – seja aliviando a sede ou oferecendo uma risada e um dedo de prosa.

Além da tranquilidade do ofício, ser gari propicia boas conversas ao ar livre, amizades e histórias pra contar e pra ouvir – todo gari já conversou com gente engraçada, com gente chorando, com bêbados e toda a diversidade de pessoas que compõe o meio urbano. Para aqueles como Jane, que sabem apreciar a poesia visual do dia-a-dia, isso é divertido e revigorante.

Jane e o neto Eithor

1 thought on “ “O importante é trabalhar feliz”

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