Em agosto de 2013 o professor Miguel Cáceres lançava seu livro “Dr. Luizinho: a história de uma lenda”, que narrava acontecimentos políticos da cidade e a trajetória do médico Luiz Ferreira de Oliveira (1912-1982), envolvido tanto na medicina quanto na cena política da Piraju de outrora.

Luizinho foi prefeito nos anos dourados. Na edição de 1º de janeiro de 1950, o jornal “O Comércio de Piraju” noticiou a inauguração da nova iluminação do jardim central e; na edição de 26 de fevereiro do mesmo ano, relatou que no mês seguinte seria colocada a primeira pedra do calçamento municipal. Ambos os fatos seriam (e de fato foram) feitos do então prefeito Luiz Ferreira de Oliveira.

Para a época, os acontecimentos foram considerados de extrema grandeza e relevância. O colunista Valdir Bittencourt Carvalho, em abril de 50, escreveria um artigo denominado “O calçamento da cidade”, afirmando que a medida “traz certeza confortadora da capacidade administrativa do homem do interior, empresta distinto porte às cidades, é indício de civilização, progresso e senso estético e configura um dos maiores empreendimentos efetuados desde a fundação do município”.

“SÓ MESMO O LUISINHO”

O livro do professor Miguel traz uma série de informações políticas, memórias de pirajuenses (alguns já falecidos) sobre o prefeito-médico e até mesmo a transcrição de alguns “causos” envolvendo Ferreira registrados por Cáceres em 1982, ano da morte do ex-prefeito.

Num desses relatos consta que Luisinho, já médico, participava de uma sessão de carteado no Clube Nove de Julho quando, de repente, um cidadão chega, a pé e desesperado, o procurando. A esposa do homem estava em trabalho de parto. Solidário, Luisinho abandonou o jogo, chamou um táxi e acompanhou o futuro pai à residência, na estrada de Timburi, onde a paciente aguardava, com muitas dores, a chegada do bebê.

Dr. Luís fez o parto, pagou pelo táxi, não cobrou pelo serviço (até porque o casal não tinha condições de pagar) e voltou ao clube para continuar a partida de cartas. Alguém comentou: “só mesmo o Luisinho. E nem foi por interesse político, pois o homem nem vota em Piraju”.

DOIS MIGUÉIS: Cáceres e Napolitano no lançamento do livro “Dr. Luisinho” em agosto de 2013

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