foto: Diego dos Reis/ blog Expresso Piraju

 

Nossa intervenção contra o candidato fascista no dia 22 foi alvo de chacotas num grupo (raso, péssimo e medonho) de discussão do Facebook. Zombaram o fato de estarmos apenas em 30, quantidade considerada pequena e “fraquinha” pela administradora do grupelho, uma senhora que, tal como o “frango da Sadia”, apoia o próprio algoz.

Numa cidade de 30 mil moradores, somente trinta tiveram a disposição de gritar “ele não”. Trinta afrontaram uma manifestação a favor do boçal que, embora despencando, ainda tem a maior intenção de votos para o primeiro turno. Trinta pessoas que, apesar da pouca quantidade, fizeram história no primeiro ato pró-esquerda em Piraju. Trinta pessoas deram a cara a tapa numa ação contra o fascismo, o machismo, a desigualdade, a opressão, o preconceito, a extrema-direita e tudo de abjeto que o candidato do PSL representa no atual contexto.

Apesar de pequeno aos olhos dos reacionários, nossa manifestação pacífica foi grande em muitos outros aspectos: por ser pioneira, por ser contra os interesses (e ignorâncias) da maioria, pela bravura de seus participantes e pelo seu significado político.

Nós ocupamos a ponte, um lugar que a cidade considera hostil e perigoso, às vezes até associado com morte. As calçadas estreitas não foram criadas para ser ocupadas em manifestação, mas sim para servir de breve passagem a quem não deveria nem estar ali. A ponte parece ter sido feita para carros, não para transeuntes. Isso por si só classificaria nossa intervenção como grandiosa. Nós somos pessoas, somos minorias, somos um grupo que politicamente falando está em desvantagem em relação à maioria dominante da cidade, mas fizemos questão de ser vistos. Combatemos o mal que nos persegue e ofende com nossa voz e nossa presença.

Podem tirar sarro dos trinta à vontade. Zombem de nossa pouca quantidade. Zombem de nossa coragem com piadinhas homofóbicas e machistas. As atitudes de vocês só nos fortalecem e nos motivam a agir e protestar ainda mais porque quem cala consente e nós, os trinta, não vamos consentir o machismo, a violência, as maracutaias travestidas de discurso moralista, a homofobia, a ignorância orgulhosa de sê-la. Nós, os trinta, vamos contrapor sua truculência, seu discurso de ódio, seu reacionarismo delirante, sua extrema-direita diabólica que, ironicamente, usa “deus” pra se sustentar.

Enquanto o espectro do fascismo durar, vocês, que batem no peito com orgulho de se definirem “opressores” e nos insultam fazendo arminha com a mão, vão ouvir a voz destoante dos trinta: ELE NÃO!

 

ALIÁS

Soube – mas não vi fotos que comprovem a veracidade – que o prefeito José Maria Costa, que andou gravando vídeos pedindo votos para Geraldo Alckmin, participou de parte da carreata pró candidato do PSL no último sábado – o que não é de se duvidar, já que a sigla é presidida por um de seus pimpolhos. Uma lástima, uma vergonha. Isso me faz ter certeza, seu Zé, de que recusar trabalhar em sua campanha foi a atitude mais acertada de minha vida. Prefiro as mulheres, os gays, os “esquerdistas” e os corajosos.

Sigam apregoando a barbárie de dentro de seus carrões. O grupinho dos trinta estará em qualquer esquina.

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