Nos anos 50, o movimento de grandes veículos em Piraju era grande porque ainda não existia a rodovia Raposo Tavares, então os viajantes adentravam a cidade e passavam pela ponte sobre a represa Paranapanema.
“OLHA O PÓ DE ARROZ!”
Nesse tempo, a descida e a subida da Estação ainda eram de terra batida e a passagem de caminhões, ônibus, veículos e boiadas era, às vezes, morosa. O transporte escolar público não existia e os alunos da vila Tibiriçá iam a pé para o colégio no centro. A aposentada Arlete Nardini Oliveira (77) relembra: “Tinha chauffeur (motorista) de táxi conhecido que dava carona pros estudantes até a escola ou até o bairro. Quando levantava muita poeira na estrada de terra, alguns motoristas gritavam, brincando – ‘olha o pó de arroz!’”.

MEMÓRIAS ESCOLARES
Nos anos 40 a vila Tibiriçá tinha somente uma escolinha, que pertencia à “dona Honória” para atender a criançada. Anos depois, foi criado o “parque” (ao lado da atual creche Maria Conceição Trumbact) onde a criançada comparecia em período oposto ao escolar para brincar e fazer lição de casa.
Arlete foi regente do parque de 1972 a 85 e ao longo desses anos tomou conta das crianças frequentadoras da área e também da limpeza do lugar. Ela preparava o leite dos alunos em sua própria casa, pois as instalações da escolinha não continham fogão. “Na época do Zé Ribeiro, o parque ganhou mil latas de Sustagem de chocolate”, comenta a aposentada. “E o leite era uma delícia” – relembra Adriana Bento, que frequentou o parque na infância.
“Muitas crianças passaram pelo parque. Nem dá pra citar todo mundo. Não tinha servente, então eu cuidava de tudo. A Fernanda Carrara, ainda criança naquele tempo, me oferecia bastante ajuda na arrumação e na limpeza, era uma belezinha”, conta Arlete Nardini.
FESTAS
Em datas especiais, Arlete levava bolo para festejar no parque – eram nesses dias em que o movimento do local se intensificava. “Fervia de criança em dia de festa”, alega. Outro colaborador fazia a alegria dos pequenos frequentadores do parque da Estação: “Seu Flávio Cury, da Brahma, oferecia refresco de groselha, gibis e doces pra molecada. Tempinho bom que não volta mais”, finaliza Nardini.

