Em três anos, grupo “FlorESer” já plantou 900 mudas em Piraju

Segundo integrantes, maior desafio é concretizar ideias e garantir sobrevivência das plantas

Else e Edinéia, do FloESer

Em 2015, após uma viagem à florida cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, um grupo de professoras aposentadas de Piraju teve a ideia de florir um pouco mais a Estância, outrora chamada de “cidade jardim”. Depois disso, o grupo colocou a ideia no papel e tratou de correr atrás de modos de concretizar o plano.

Após depararem-se com uma habitual “prefeitura sem dinheiro”, as professoras arrecadaram mudas junto aos munícipes. Funcionava mais ou menos assim: o colaborador definia quantas plantinhas podia doar, acertava o valor na floricultura e o grupo se encarregava de plantá-las. A prefeitura encarregou um jardineiro, o Seu Francisco, para auxiliar no cultivo das primaveras, quaresmeiras e resedás arrecadados entre os cidadãos que acreditaram na beleza e nobreza do “FlorESer”.

Boa parte das mudas plantadas pereceu por falta de cuidados, mas algumas áreas, como a subida da Estação, por exemplo, se mantêm floridas graças ao trabalho voluntário das professoras em conjunto com o Seu Francisco.

Para Edinéia Medaglia e Else Aquino, integrantes do “FlorESer”, o maior desafio enfrentado pelo grupo é o pós-plantio, fase que as plantas demandam cuidados e rega frequente, pois nem sempre encontram pessoas solidárias à causa dispostas a aguar e auxiliar na semeadura das flores. Um exemplo disso aconteceu nas floreiras do velório municipal: em parceria com quatro floriculturas, o grupo encheu o espaço com flores, que depois morreram por falta de cuidados.

 

Ideias

 

O “FlorESer” não vive só de plantar flor. O grupo também tem ideias que podem contribuir com a qualidade de vida e com a promoção de saúde na cidade. Uma delas é um projeto de lei que obrigue os proprietários de terrenos vazios a plantar mudas de crotalária, planta que atrai libélulas, predadoras naturais do transmissor da dengue, Aedes Aegypti. Se adotada, essa medida poderia reduzir drasticamente o número de Aedes pela cidade no verão. Durante o último surto de dengue na região, Edinéia, Else e demais integrantes do “FlorESer” distribuíram sementes da planta entre os colaboradores do projeto e interessados.

Outro assunto da pauta de reivindicações do grupo é incentivar o plantio de árvores e plantas de propriedades terapêuticas na Floresta das Corredeiras: pitanga, amora e graviola e outras de ação comprovada contra doenças graves. “Temos mudas trazidas lá do Norte pelo João Paulo Martignoni que podem combater a leucemia, mas sempre tem essa dificuldade de concretizar o projeto”, diz Else, que também adoraria semear primaveras à beira da rodovia um quilômetro antes de chegar na cidade.

Colorir os arredores do monumento Peixe Dourado também é uma proposta das professoras, que ainda não foi concretizada por causa do custo alto, bem como a colocação de portais nas entradas da Estância e a plantação de resedás (árvores baixas que não prejudicam calçadas nem fiação elétrica) em loteamentos.

Por fim, o “FloESer” gostaria de colocar bancos de madeira na área verde da bifurcação entre a Avenida Dr. Simão e a Rua Augusto Garcia (que vai para o Hotel Beira Rio), na subida da Estação – poderia até mesmo ser os bancos retirados da beira da represa na obra da orla da Brasilinha.

Além de Else e Edinéia, o “FlorESer” é composto por Ana Maria de Oliveira, Laudelina de Oliveira, Sara Novaes, Terezinha Nistal Ribeiro, Nilza Dell’Agnolo e Marisa Blanco.

 

Flores plantadas pelo grupo na subida da Estação

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